quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011 - Consolidar a ECOSOL: Como Política de Estado

A Economia Solidária no Brasil tem em 2011 um grande desafio: Consolidar as iniciativas e as políticas públicas que fortalecem a Outra Economia. Para isso, a consolidação de leis municipais, estaduais e nacional são fundamentais para que a ECOSOL seja uma Política do Estado Brasileiro.

A Lei Geral de ECOSOL foi apresentada oficialmente após a II Conferência Nacional de ECOSOL, a Conferência Temática de Cooperativismo Social, exige a regulamentação de sua Lei e em dezembro a Comissão de Constituição de Justiça do Senado Federal aprovou parecer da Nova Lei das Cooperativas.

Duas conquistas estão no Parecer: O registro da cooperativa apenas na Junta Comercial e a ampliação da representação das cooperativas brasileiras, atualmente limitada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Acompanhe a tramitação do Projeto de Lei 03/2007: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=79846 (clique aqui)

Leia a matéria do Dr. Daniel Rech no FBES:

Aprovado parecer da nova lei das Cooperativas em Comissão de Const. e Justiça no Senado Federal
16 de dezembro de 2010

Por Daniel Rech, no dia 15 de dezembro

Surpreendendo a todo o mundo, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a partir de uma articulação dos Senadores Eduardo Suplicy, Augusto Botelho e Osmar Dias, aprovou o parecer do Senador Renato Casagrande para a nova Lei das Sociedades Cooperativas.

Uma primeira olhada indica que a proposta atende inteiramente às nossas reivindicações, tanto no que se refere ao Registro (apenas na Junta Comercial) e também em relação à representação.

Aliás, em relação à representação ficou assim:

1. A representação é livre

2. Serão reconhecidas como entidades de representação nacional as cooperativas que tiverem pelo 10% das cooperativas do Brasil filiadas, com pelo menos dois anos de CNPJ regular, agregarem pelo menos quatro diferentes ramos e tiverem pelo menos três cooperativas filiadas em cada unidade da Federação.

* Nos dois primeiros anos de vigência da lei, ficam reconhecidas como entidades de representação nacional todas as organizações que tiverem pelo menos 300 cooperativas filiadas e com CNPJ regular, quatro diferentes ramos e cooperativas filiadas nas cinco regiões geográficas brasileiras.

Isso era exatamente o que nós havíamos solicitado em nossa última reunião do ano passado.

O projeto foi enviado agora para a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e espera-se que lá a apreciação seja terminativa.

Outra pequena novidade é que o projeto de Lei Complementar que regula o ato cooperativo que está na Comissão de Tributação, conta agora com novo Relator: Dep. Pepe Vargas, de Caxias do Sul. Vamos torcer que o Pepe faça um parecer o mais breve possível para que o projeto ande.

Debates em torno do SELO de Economia Solidária


Proposta de SELO da ECOSOL

No final do ano na I Mostra de ECOSOL, em Salvador, ocorreu a Oficina sobre o Selo de ECOSOL, que lança um documento que sistematiza as diversas posições debatidas nos Fóruns Estaduais e Municipais e as resoluções da IV Plenária do FBES sobre a construção de um SELO de Economia Solidária. Um SELO que expresse na esfera econômica todo esse processo coletivo de construção do movimento de ECOSOL no país. 

Os ritmos e os acumulos de cada Fórum será respeitada não precisando de um lançamento nacional. Podendo cada Fórum disparar seus processos estaduais, municipais e/ou nas Redes orientados pelas resoluções da IV Plenária do FBES e o Decreto do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário.

Relatório da última Oficina do Fórum Paulista de ECOSOL sobre SELO e Sistema Participativo de Garantia: http://economiadostrabalhadores.blogspot.com/2010/08/oficina-do-sistema-participativo-de.html (clique aqui)

Relatório da Oficina em Salvador sobre SELO de ECOSOL: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5600&Itemid=62 (clique aqui)

Texto que saiu no FBES:

Oficina em Salvador discutiu o Selo da Economia Solidária


11 de dezembro de 2010

A parceria entre FBES e Faces do Brasil promoveu a Oficina sobre o Selo da Economia Solidária, durante a II Mostra de Economia Solidária. A sala de aula na Unime, aonde ocorreu a oficina, ficou pequena para tantos interessados em discutir e construir o tema, com representantes de 16 estados, principalmente, de empreendimentos de economia solidária participantes de fóruns locais.

A oficina levantou bons debates e reflexões, dentre eles, a necessidade imediata de construirmos coletivamente o selo, através dos fóruns locais de economia solidária, com o objetivo de agregar valor aos produtos e identificar os empreendimentos de economia solidária, respeitando-se os critérios construidos na IV Plenária do FBES e do SNCJ (Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário).

O recém aprovado decreto do SNCJ também irá impulsionar as estratégias do selo, efetivando o SNCJ de forma participativa, e consolidando ações no campo do comércio justo e solidário.

Por fim, as discussões sobre como construir o selo levantou o debate de fortalecer e ampliar o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), para que o movimento se consolide dentro de sua diversidade.

Veja no site o texto que subsidiou a oficina:
http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=392&Itemid=99999999

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Foto dos representantes das 16 Cooperativas de Reciclagem de Campinas na Expocatador


Atualmente, as 16 Cooperativas de Reciclagem de Campinas triam mais de 700 toneladas por mês gerando renda para mais de 300 famílias.

Campinas apóia a organização coletiva dos Catadores


A Secretaria Municipal de Trabalho e Renda - SMTR, através da Coordenadoria de Economia Solidária, garantiu a presença de 30 catadores que participaram da formação do Projeto Cooperforte, representando as 16 Cooperativas de Reciclagem de Campinas na Expocatadores. Atualmente essas cooperativas geram renda a mais de 300 famílias e tiram do meio ambiente 800 toneladas de resíduos sólidos por mês.

A Expocatadores está ocorrendo na cidade de São Paulo, nos dias 21/22/23 de dezembro e no dia 23/12 haverá a entrega dos certificados durante o NATAL DO POVO DE RUA E CATADORES COM O PRESIDENTE LULA E COM A PRESIDENTE ELEITA DILMA ROUSEFF.

O Projeto Cataforte teve investimentos da Fundação Banco do Brasil do Ministério do Trabalho e Emprego/SENAES, apoio do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis - MNMR e Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho – Unitrabalho. A Logística Solidária é uma ação do Projeto Cataforte de Fortalecimento do Associativismo e Cooperativimo dos Catadores de Materiais Recicláveis, que envolve 10.600 catadores em 17 Estados brasileiros e o Distrito Federal.

A cidade de Campinas teve uma importante participação nesse curso, formando 100 catadores do município de cooperativas, associações e individuais em processo de organização. Fortalecendo o protagonismo dos catadores e sua presença econômica na cadeia produtiva da reciclagem.

Durante, a Expocatadores os catadores de Campinas poderão trocar experiências e participar de mesas com diversos temas:

  • Processo de capacitação dos catadores para o desenvolvimento e autogestão das organizações;
  • Demandas de mercado e o papel dos assessores no apoio e assistência técnica para qualificação dos serviços prestados pelas organizações de catadores;
  • Experiências de contratação das Organizações de Catadores como prestadores de serviço de coleta seletiva municipal
  • Mesa Redonda: Incineração: Aspectos & Impactos: Políticos, Sociais, Ambientais e Econômicos da Tecnologia. Efeitos na cadeia de Coleta Seletiva e Reciclagem do Brasi
  • Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores de Materiais Recicláveis – Apresentação dos avanços e desafios na região

A participação na Expocatadores vem coroar o compromisso do município de Campinas, através da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, no fortalecimento do protagonismo dos catadores e na ampliação da conscientização do conjunto da população com a coleta seletiva.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Se trata, isso sim, de tirar um de cada quatro leitos do SUS e entregá-los aos planos privados". Promotor do Ministério Público de SP

Reserva de vagas em hospitais públicos para clientes particulares é inconstitucional, afirma MP-SP


Alex Rodrigues

Repórter Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/web/ebc-agencia-brasil/enviorss/-/journal_content/56/19523/1125095

São Paulo – O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) promete protocolar ações civis públicas para impedir que o projeto de lei complementar que prevê que 25% dos leitos de hospitais públicos administrados por organizações sociais de saúde em São Paulo passem a ser reservados ao atendimento de clientes de planos e convênios particulares. A previsão é que a lei complementar volte a ser analisada pela Assembleia estadual, amanhã (21).

“Este projeto é inconstitucional e tem vários vícios em sua origem. O primeiro deles é querer que uma lei estadual restrinja o que uma lei federal não restringe, quando uma lei estadual não pode contrariar uma lei federal, exceto se for para aumentar o benefício da sociedade, o que não é o caso”, afirmou à Agência Brasil o promotor de Justiça da Procuradoria de Direitos Humanos na Área de Saúde Pública, Arthur Pinto Filho. Para o promotor, o projeto também fere o princípio constitucional de que todos os usuários do Sistema Único de Saúde sejam tratados de forma igualitária.

Em 2009, os deputados já haviam aprovado um dispositivo semelhante, que, depois, foi vetado pelo então governador José Serra (PSDB).

“A justificativa de que é necessário aprovar o projeto para criar formas de o governo cobrar as empresas é falso porque leis já existem. Se trata, isso sim, de tirar um de cada quatro leitos do SUS e entregá-los aos planos privados. O que já era pouco e ruim vai se tornar dramático e pior”, afirma o promotor. De acordo com ele, praticamente todos os órgãos e entidades que atuam no setor são contrários ao projeto que, segundo ele, foi reprovado inclusive pela entidade que reúne os secretários municipais de Saúde de todo o estado.


Edição: Rivadavia Severo

Financiamento público de campanhas e transparência, Newton Lima

Financiamento público de campanhas e transparência

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=4&cod_publicacao=35586

“Se não cabe alimentar a ilusão de que, uma vez aprovado, o financiamento público de campanha acabará de vez com a corrupção nas campanhas, é certo de que diminuirá seu alcance”

Newton Lima*

A relação entre dinheiro, política e poder existe em todas as sociedades democráticas contemporâneas, sejam elas emergentes ou desenvolvidas. O livre funcionamento dos partidos, as eleições e a alternância de poder convivem com a força de grandes interesses econômicos, muitos deles escusos, o que costuma desequilibrar o jogo democrático. A maioria dos casos de corrupção está ligada ao tráfico de influência para desviar dinheiro público em benefício de espertalhões. Os estados impõem regras para tentar conter tal rapacidade; entre nós, leis ineficazes, pouca transparência e muita impunidade dificultam essa tarefa, levando os cidadãos a desconfiar profundamente dos políticos. E essa percepção negativa se estende aos partidos e, pior, às instituições democráticas, principalmente ao Congresso. Cria-se, assim, um terreno fértil para se clamar por um salvador da pátria, acima dos partidos, do bem e do mal. É preciso mudar essa percepção para fortalecer a democracia.

No Brasil, a discussão da relação entre dinheiro e política passa pela forma como se dá o financiamento das campanhas eleitorais. Atualmente, esse financiamento é misto: uma parcela mínima dos custos é coberta com recursos do Fundo Partidário (dinheiro de um fundo que é repassado aos partidos de acordo com sua representação na Câmara dos Deputados). Mas a grande maioria dos gastos é custeada com dinheiro privado, por meio de doações de pessoas físicas e jurídicas. Isso, por óbvio, cria uma perigosa simbiose entre partidos, candidatos e grupos privados, que se torna uma das principais fontes da corrupção, tanto na forma de “caixa dois” quanto no pagamento da “fatura” do financiamento eleitoral.

A proposta de reforma política que está em tramitação no Congresso Nacional – PL 188/98 – representa um grande passo para tornar o financiamento das campanhas exclusivamente público e, assim, aumentar a transparência do processo eleitoral. O projeto prevê que a União repasse ao TSE um volume de recursos de valor equivalente a R$ 7,00 por eleitor, tomando por referência o eleitorado existente em 31 de dezembro do ano anterior à elaboração do orçamento (para se ter uma ideia, somente no primeiro turno das eleições deste ano, os partidos gastaram R$ 2,77 bilhões, segundo o TSE, o que representa um custo médio de R$ 20,51 por eleitor). Os recursos serão distribuídos da seguinte maneira: 1% dividido entre todos os partidos; 14% igualitariamente entre todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados e 85% divididos entre os partidos, proporcionalmente ao número de representantes que elegeram na última eleição para a Câmara. O projeto de reforma política também estabelece o voto em lista – que, no meu entender, deve ser misto, reforçando o poder dos partidos sobre os candidatos e abrindo espaço para o voto distrital.

Críticos do PL 188/8 sustentam que, num país com tantas carências sociais como o nosso, não se deveria utilizar dinheiro público para financiar campanhas políticas. Acredito, contudo, que essa alternativa representa um investimento no futuro da nossa democracia, na medida em que ela criará condições para reduzir drasticamente o custo das campanhas, coibir a corrupção e a malversação de dinheiro público. Se não cabe alimentar a ilusão de que, uma vez aprovada, essa lei acabará de vez com a corrupção nas campanhas, é certo de que diminuirá seu alcance.

Para que seja eficaz, entretanto, o financiamento público das campanhas precisa ser acompanhado de mecanismos de controle que lhe dêem eficácia, acabando assim com a impunidade. Para tanto, é necessário que o projeto preveja o envolvimento conjunto de órgãos de fiscalização como a Justiça Eleitoral, a Receita Federal e a Polícia Federal. Uma vez aprovada a lei, a ação republicana desses órgãos permitirá restabelecer a confiança do cidadão nas instituições e na democracia.

*Doutor em engenharia pela USP, é deputado federal eleito (PT-SP). Foi reitor da UFSCar e prefeito de São Carlos por dois mandatos

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Goldman de saída quer dar tiro de misericórdia no SUS em SP

O governador Goldman (PSDB), que entrou no cargo após Serra sair, no fim de seu breve mandato quer manter a tradição dos governos tucanos na saúde, a PRIVATIZAÇÃO.

Em regime de urgência, o Governador Goldman apresentou a Assembléia Legislativa de SP, projeto de lei complementar 45/2010, prevê destinar 25% da capacidade das unidades públicas de saúde especializadas e de alta complexidade a planos de saúde.

O apresentação de Goldman a ALESP afirma: "Tendo em vista que cerca de 40% da população do Estado possui planos e convênios privados de saúde e que essa parcela se utiliza rotineiramente do atendimento destas unidades estaduais especializadas e de alta complexidade, não é adequado que as unidades respectivas não possam realizar a devida cobrança do plano ou do seguro privado que esses pacientes detêm. No cenário atual, a atuação das Organizações Sociais de Saúde – OSS’s restringe-se a prestar atendimento aos usuários do SUS e do IAMSPE. A alteração proposta tem por objetivo facultar que as entidades qualificadas como Organizações Sociais de Saúde atendam a população usuária do sistema privado e conveniado desde que a unidade de saúde seja única detentora de mais de 50% (cinquenta por cento) da oferta de serviços de saúde na sua região e inserção e que preste serviços de saúde especializados e de alta complexidade".

Na argumentação de apresentação do PL Goldman deixa claro que as OS´s além do papel de gestão dos equipamentos públicos e de toda sua estrutura instalada, construída pelos impostos dos cidadãos (as) e pelo esforço dos funcionários públicos da saúde, os mesmos são fundamentais para acabar o SUS, como sistema único de saúde, público e gratuito, passando para um Sistema Privado de Saúde (como foi com a telefonia, com a Vale do Rio Doce).

Apesar, de durante a campanha eleitoral Serra ter dito que era contra a privatização, no apagar das luzes de seu governo (assumido pelo seu vice Goldman), os mesmos querem dar mais um passo na destruição do SUS em São Paulo. Após, passar a gestão dos equipamentos públicos para as chamadas Organizações Sociais, o que assistimos em São Paulo é a desarticulação dos serviços e sua perda constante de relação com a comunidade. Além é claro, de um processo crescente de desvalorização dos funcionários públicos e de ataques ao controle social (como foi a não convocação da IV Conferência de Saúde Mental - Intersetorial, o controle na tirada de delegados na Conferência Municipal de Saúde e o ataque constante aos Conselhos de Saúde).

Algumas posições sobre o PL:

"Vai ter fila dos 25% (de conveniados) e dos 75% (que terão redução de leitos no serviço público)" - representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)

"Esse projeto é lesar o legítimo interesse da população" - Cid Carvalhaes, da Federação Nacional dos Médicos

"Evidentemente que criará uma triagem para que haja mais leitos para o sistema privado dentro do sistema que já é precário" - deputado estadual Fausto Figueira (PT), presidente da Comissão de Saúde da Casa Legislativa

 "Como médico cirurgião avalio que esse é um projeto polêmico que deveria ser específico para o Instituto do Câncer. Para outros hospitais, sou contra" - Pedro Tobias - Dep. Estadual do PSDB

"A pessoa está doente e você vai dizer a ela que ficou nos 26% e são só 25%. Isso é um crime. O contrário também em relação aos 75%" - presidente do Sindsaúde-SP, Benedito Augusto de Oliveira

 "Vai ter dupla porta fisicamente mesmo. Uma entradinha para o SUS e outra para o plano privado" - Rogério Gianini, do Sindicato dos Psicólogos

Leia tire suas conclusões:


Altera a Lei Complementar nº 846, de 4 de junho de 1998, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais.

O Governador do Estado de São Paulo:

Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:

Artigo 1º - O inciso IV do artigo 8º da Lei Complementar nº 846, de 4 de junho de 1998, passa a vigorar

com a redação que segue

“Artigo 8º - ...............................................................................................................................................

IV - atendimento exclusivo aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS e usuários do Instituto de
Assistência Médica ao Servidor Público Estadual – IAMSPE, no caso das organizações sociais da saúde,
exceto quando:

a) a unidade de saúde for única detentora de mais de 50% (cinquenta por cento) da oferta de serviços de saúde na sua região de inserção;

b) a unidade de saúde prestar serviços de saúde especializados e de alta complexidade.

§ 1º - Nos casos previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso IV deste artigo, a unidade de saúde poderá ofertar seus serviços a pacientes particulares ou usuários de planos de saúde privados, somente quando esta situação estiver prevista em seu respectivo contrato de gestão, sem prejuízos ao atendimento do SUS, em quantitativo de, no máximo, 25% (vinte e cinco por cento) de sua capacidade operacional total.

§ 2º - Caberá a Secretaria da Saúde a definição das unidades que poderão ofertar seus serviços a pacientes particulares ou usuários de planos de saúde privados, obedecidos os requisitos de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso IV deste artigo, bem como, o estabelecimento das demais condições em que se dará o atendimento em questão, que deverão constar do respectivo Contrato de Gestão.

§ 3º - O contrato de gestão deverá assegurar tratamento igualitário entre os usuários do Sistema SUS e do IAMSPE e os pacientes particulares ou usuários de planos de saúde privados.

§ 4º - O Secretário de Estado competente deverá definir as demais cláusulas necessárias dos contratos de gestão de que for signatário.” (NR)

Artigo 2º - Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.Palácio dos Bandeirantes, aos de de 2010.

Alberto Goldman
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 45, DE 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Zona Sul de São Paulo ganha incentivo a Economia Solidária

Zona sul paulistana ganha incentivo à economia solidária


Olhar Local, projeto da Cooperativa de Crédito dos Bancários, visa à formação de associações ou cooperativa e à concessão de crédito a comerciantes locais

Por: Redação da Rede Brasil Atual
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2010/12/zona-sul-paulistana-ganha-incentivo-a-economia-solidaria


São Paulo – Os moradores de Vargem Grande, na zona sul da capital paulista, passam a contar a partir desta quinta-feira (9) com uma nova iniciativa de fomento de negócios na região. Será aberto o posto do Olhar Local de Capacitação dos Moradores, programa que visa à organização do sistema produtivo do bairro.

A iniciativa tem o apoio da Bancredi, a Cooperativa de Crédito dos Bancários (um dos serviços prestados à categoria pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região) e participação do Banco do Brasil.

Gilmar Carneiro, ex-presidente do sindicato e um dos articuladores do Olhar Local, destaca que a inclusão dos comerciantes no mercado formal é fundamental para a redução de riscos, assegurando a concessão de crédito e a ampliação das atividades econômicas no local. “A ideia é organizar toda a cadeia produtiva tendo como referência o olhar da população. É a comunidade que vai indicar as necessidades”, afirmou à Rede Brasil Atual.

O projeto prevê a oferta de capacitação, sensibilização, organização e assessoria técnica para o Desenvolvimento Solidário da Comunidade, com sustentabilidade econômica, social, ambiental e territorial.

Além de cursos, a ideia da agência do Olhar Local é incentivar a formação de iniciativas de economia solidária, como cooperativas e associações. Ao longo dos últimos meses, os integrantes do programa têm notado que há pequenos negócios muito parecidos em uma mesma rua, em um mesmo quarteirão, e que a união desses produtores poderia gerar negócios mais rentáveis e sólidos. Os interessados em participar do projeto podem procurar, a partir desta quinta, a agência montada no bairro de Vargem Grande.

A ideia do projeto partiu de um problema detectado pela Bancredi. Segundo a entidade, há uma grande demanda por aperfeiçoamento e incentivo financeiro de pequenos negócios. Com isso, foi feita neste ano a abertura de uma agência de crédito, a primeira do Olhar Local, que funciona em parceria com o Banco do Brasil, oferecendo também serviço bancário para um bairro esquecido pelo poder público – e até pelas instituições financeiras.

Antes da abertura da agência, a população tinha de se deslocar pelo menos 20 quilômetros para o pagamento de contas, e a grande procura apenas confirmou a impressão da Bancredi de que havia a necessidade de facilitar o acesso a esses serviços. A concessão de crédito, cujos valores são mantidos em sigilo por motivo de segurança, tem superado com folga as expectativas do Banco do Brasil.

Agora, o programa Olhar Local vai oferecer cursos de educação financeira, uma tentativa de aperfeiçoar junto aos empreendedores locais as noções básicas de um negócio, como valor de produto, marketing e cálculo de fluxo de caixa. Ficarão à disposição dos moradores um contador e um advogado, para auxiliar no processo de formalização dos comerciantes dentro do programa. A iniciativa envolve, além de BB e Bancredi, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Agência Olhar Local

Rua das Palmeiras, 188, Vargem Grande – São Paulo

Telefones: (11) 5926- 0637 / 1328

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Rondônia fortalece agroecologia e comércio justo

Comentário: Recentemente o Presidente Lula assinou o decreto de criação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário buscando reconhecer a presença de milhares de empreendimentos e projetos organizados coletivamente pelos trabalhadores, de maneira cooperada e associada. Em Rondônia, o Comércio Justo, a Agroecologia se fortalece com a criação da 1ª unidade de da Tecnologia Social de PRODUÇAO AGROECOLÓGICA INTEGRADA E SUSTENTÁVEL – PAIS.

Implantação da Unidade PAIS – Região Central Rondônia
http://www.coocaram.com.br/implantacao-da-unidade-pais-regiao-central-rondonia/

Nos dias 15,16 e 17 de novembro de 2010 foi implantada a 1ª unidade de da Tecnologia Social de PRODUÇAO AGROECOLÓGICA INTEGRADA E SUSTENTÁVEL – PAIS no município de São Miguel do Guaporé. Participaram nesta atividade mais de 60 pessoas dos municípios de Alto Paraíso, Vale do Anari, Urupá, Mirante da Serra, Ji-Paraná, Alto Alegre, Tarilândia, Santa Luzia, São Miguel, entre outros. No dia 15, LEANDRO DIAS MARTINS – ARSAPAM/COOCARAM recepcionou a todos dando as boas vindas, logo em seguida o Sr. FRANCISCO DE ASSIS COSTA – PPE apresentou projeto PAIS, expondo seus objetivos principais, como a segurança alimentar, geração de renda e preservação do meio ambiente. O sistema PAIS é um projeto inovador e que vem impulsionar ainda mais as experiências em agroecologia no estado de Rondônia. Foi abordado também, técnicas de adubação orgânica como compostagem, biofertilizantes, Bokaschi e várias receitas alternativas para controle de pragas e doenças pelo instrutor JORGE MURER, técnico agrícola da prefeitura de Cacoal.

Nos dias 16 e 17 a atividade aconteceu na pratica, na propriedade do Sr. Valdecy Krauser, na linha 94 lado Norte km 2,5. Nestes dois dias os participantes conheceram o passo a passo para implantação de unidade PAIS, como a escolha da área, demarcação do galinheiro, dos canteiros, do piquete, montagem do sistema de irrigação por gotejamento, plantio das mudas frutíferas no quintal agroecológico, o plantio das hortaliças. O encontro de implantação da 1ª unidade PAIS encerrou com um almoço festivo, onde estiveram presente o Prefeito de São Miguel do Guaporé, alguns vereadores, a representante de ensino – REN, a SEDUC e famílias simpatizantes com a agroecologia do município.

Neste projeto com 150 unidades PAIS, a Associação São Miguelense Para Ajuda Mútua – ARSAPAM é a proponente do projeto, a COOCARAM entidade executora, a FBB e BNDES os agentes financiadores, tendo como parceiro o PPE e PTSM. Serão contemplados diretamente 13 municípios, distribuídos em seis pólos da região Central, beneficiando em torno de 600 famílias. O projeto terá uma equipe técnica composta por 6 membros que ficará a disposição das famílias pelo período de 18 meses, tempo de execução do projeto. Durante a execução do projeto, as familias e técnicos participaram de várias atividades de capacitação em diversas áreas, como manejo de solo, comercialização, metodologia participativa, ESCA Escola de Capacitação para Agricultores, Gerenciamento e Planejamento Rural e de Horticultura Orgânica, o qual será realizado nos dias 15, 16 e 17 de Dezembro em Ji-Paraná

A região Central já havia sido contemplada com 200 unidades no ano de 2009, onde foram beneficiados mais de 30 municípios de Rondônia e tinha como parceiros a Fundação Banco do Brasil, COOCARAM, SEBRAE, PPE, PTSM e diversas ONGs e prefeituras. Projeto este que esta em andamento, e tem ainda algumas atividades que serão desenvolvidas com este novo projeto.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Arildo no Conselho Desenvolvimento Econômico: ECOSOL como estratégia política de geração de trabalho e renda

Importante artigo de Arildo Mota, presidente da UNISOL Brasil publicado na página do Conselho Desenvolvimento Econômico. Esse artigo também foi divulgado pelo Ministro Alexandre Padilha nas Redes Sociais.

Economia solidária enquanto estratégia política para a geração de trabalho e renda

http://www.cdes.gov.br/noticia/17854/economia-solidaria-enquanto-estrategia-politica-para-a-geracao-de-trabalho-e-renda.html

A erradicação da miséria no país e a promoção do desenvolvimento com geração de oportunidades a todos os brasileiros e brasileiras é um grande desafio que já tem sido enfrentado no atual governo e compromisso do futuro. É preciso, entretanto, pensar no saldo político da erradicação da miséria. A Economia Solidária é diferente: ao aliar, naturalmente, as dimensões econômica, política, social e ambiental, promove, nos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos, um processo de organização e envolvimento efetivo com o seu território, o seu país. O saldo da erradicação da miséria tem que ser a maior organização da sociedade civil, para efetivamente garantir um estado de direito democrático, com forças vivas na sociedade que defendam estes valores e princípios.

Arildo Mota Lopes*

01/12/2010

Economia solidária enquanto estratégia política para a geração de trabalho e renda A erradicação da miséria no país e a promoção do desenvolvimento com geração de oportunidades a todos os brasileiros e brasileiras é um grande desafio que já tem sido enfrentado no atual governo e compromisso do futuro. É preciso, entretanto, pensar no saldo político da erradicação da miséria. A Economia Solidária é diferente: ao aliar, naturalmente, as dimensões econômica, política, social e ambiental, promove, nos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos, um processo de organização e envolvimento efetivo com o seu território, o seu país. O saldo da erradicação da miséria tem que ser a maior organização da sociedade civil, para efetivamente garantir um estado de direito democrático, com forças vivas na sociedade que defendam estes valores e princípios.

A economia solidária é praticada por milhões de trabalhadoras e trabalhadores de todos os extratos, incluindo a população mais excluída e vulnerável, organizados de forma coletiva gerindo seu próprio trabalho, lutando pela sua emancipação em milhares de empreendimentos econômicos solidários e garantindo, assim, a reprodução ampliada da vida nos setores populares.

São iniciativas de projetos produtivos coletivos, cooperativas populares, catadores de materiais recicláveis, redes de produção, comercialização e consumo, instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura familiar e agroecologia, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantem trabalho digno e renda às famílias envolvidas, e promovem a preservação ambiental.

Além disso, a economia solidária se expressa em organização e conscientização sobre o consumo responsável, fortalecendo relações entre campo e cidade, entre produtores e consumidores, e permitindo uma ação mais crítica e proativa dos consumidores sobre qualidade de vida, de alimentação e interesse sobre os rumos do desenvolvimento relacionados à atividade econômica.

Igrejas, sindicatos, universidades, entidades da sociedade civil e governos democráticos populares envolvidos com a economia solidária têm um papel relevante ao apoiar tais iniciativas através de metodologias e práticas de fomento, educativas e de assessoria técnica adaptadas a esta realidade.

Ao longo das últimas duas décadas, a economia solidária se fortaleceu social e economicamente: ampliou sua base de empreendimentos; organizou-se em fóruns, associações representativas e redes de cooperação; ampliou a quantidade de entidades da sociedade civil de fomento e assessoria; articulou-se com o movimento sindical; estabeleceu relações com outros segmentos, tais como mulheres, agroecologia, comunidades e povos tradicionais, tecnologias sociais e cultura; foi incorporada como política pública em centenas de municípios e em 18 estados; tornou-se objeto de ensino, pesquisa e extensão em mais de 100 universidades em todas as regiões do Brasil; foi afirmada no Congresso Nacional com a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária; tem servido como estratégia de organização coletiva de trabalhadores/as rurais e urbanos para promoção do desenvolvimento territorial sustentável e de segurança alimentar e nutricional, sobretudo, por meio do acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e à
Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Deste modo, pode-se dizer que a economia solidária é um fato social concreto, que vem promovendo economias locais, e que, para se tornar um direito efetivo a cada cidadão e cidadã brasileiro, precisará ser levada a sério de modo a ser uma alternativa real para a economia popular, familiar e informal que tem grande importância neste país.

Como resposta a esta realidade pulsante foi criada, neste período, uma Secretaria de Economia Solidária, dentro do Ministério de Trabalho e Emprego, que tem apoiado a intersetorialidade da política, com a realização de duas Conferências Nacionais de Economia Solidária e a incorporação da economia solidária em programas de diversos Ministérios em áreas como a segurança alimentar, territórios da cidadania, agricultura familiar, saúde mental, inclusão produtiva, política de resíduos sólidos e segurança com cidadania (PRONASCI), entre outras. A criação, por meio de decreto presidencial, do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário, torna o Brasil o primeiro país a regulamentar este setor.

A economia solidária do Brasil é considerada hoje um exemplo em todo o mundo e é referência no debate sobre o reconhecimento das formas de trabalho associado no âmbito da Organização Internacional do Trabalho e na implantação de políticas públicas emancipatórias em vários países latinoamericanos.

Mas, apesar dos avanços significativos nos últimos 8 anos, é de suma importância que a economia solidária siga com políticas públicas para seu fortalecimento. Consolidar um espaço político de diálogo no próximo governo é fundamental. Espaço que tenha condições políticas de debater com a sociedade civil novos marcos jurídicos como a Lei Geral da Economia Solidária, a lei do Cooperativismo do Trabalho, a lei geral do Cooperativismo, os atos cooperativos, dentre outros. Incluir as cooperativas no Super Simples e em instrumentos de fomento à micro e pequena empresa articulado dentro da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, além de dialogar com as demais políticas já consolidadas que interagem com as diversas formas organizativas da economia solidária.

Esperamos que nos próximos 4 anos possamos avançar ainda mais e ampliar a condição de geração de trabalho e renda e conseqüente distribuição de renda de nosso país com políticas de fortalecimento da economia solidária e seus empreendimentos econômicos solidários.


*Arildo Mota Lopes é conselheiro do CDES