sexta-feira, 28 de maio de 2010

Políticas de Fomento ECOSOL e as tecnologias sociais

Economia solidária e tecnologias sociais precisam de políticas de incentivo, diz gestor

Por: Anselmo Massad, Rede Brasil Atual

Brasília – "Se há alguma diferença entre a tecnologia produzida nos centros de pesquisa e aquela gerada pela comunidade, eu desconheço", afirmou o economista Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Para ele, comunidades que descobrem, por tentativa e erro, como produzir alimentos de qualidade sem o usar agrotóxicos, estão fazendo ciência. E uma ciência que contribui efetivamente para a inclusão social, geração de renda e preservação ambiental.

As declarações foram feitas durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília (28). Entre os exemplos apresentados, está o de uma cooperativa da cidade de Marechal Rondon, no Paraná, que recolhe óleo de cozinha usado, que contamina o meio ambiente quando jogado pelo ralo da pia, e o transforma em biodiesel que abastece parte da frota de ônibus da cidade.
"Além de gerar renda para pessoas excluídas, a economia solidária protege os recursos naturais. Exemplo disso é agroecologia, que preserva o solo, a água e a saúde de quem planta e de quem compra, e a coleta de materiais recicláveis, que diminui o uso de matérias-primas e energia", explicou Singer.
Jefferson D´Ávila Oliveira, gerente de parcerias, articulações e tecnologia social da Fundação Banco do Brasil, também usou o exemplo da produção agrícola para destacar a importância das tecnologias sociais. O conceito abrange produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade, constituindo alternativa efetiva para transformação social.
"Ao contrário do que muita gente pensa, esse sistema produz alimento de qualidade para comercialização, contribui efetivamente para a redução do uso de agrotóxicos e gera renda suficiente para o sustento da família", salientou. "Há muitos produtores que já estão fornecendo verduras e legumes para programas de merenda escolar em muitos municípios", lembrou.
Para Oliveira, essas e outras tecnologias devem ser contempladas por políticas públicas para aumentar o alcance e o impacto na redução das desigualdades. No banco de tecnologias da Fundação Banco do Brasil há centenas de projetos cadastrados – muitos deles premiados – nas áreas de recursos hídricos, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, geração de trabalho e renda e saúde.
Criada há cinco anos, com 30 instituições mantenedoras participantes, a Rede de Tecnologia Social (RTS) conta hoje com 814 adesões. Do total de recursos, 97% foram usados na reaplicação de tecnologias socias geradoras de trabalho e renda em áreas como agroecologia, reciclagem, bionergia, incubação de empreendimentos solidários e captação de água de chuva para a produção de alimentos, por exemplo. O restante foi usado na disseminação de tecnologias sociais por meio de consultorias, eventos e do portal na internet.
Aelson Almeida, pró-reitor de extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e representante do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (Forproex) no Comitê Coordenador da Rede de Tecnologia Social (CC/RTS), defendeu o financiamento de atividades de extensão.
Segundo ele, há necessidade de financiamento de bolsas de extensão na graduação à exemplo do Pibic (bolsas para pesquisa). "Muitas pessoas ainda questionam se a extensão realmente faz parte da missão e das atribuições dos órgãos de fomento de ciência e tecnologia. E é claro que faz parte", defendeu Almeida.

Além disso, ainda conforme o representante da UFRB, as universidades públicas ainda não estão voltadas para esse contato com o cidadão e a sociedade. Criou-se uma elite intelectual de professores e pesquisadores que considera que a academia detém e produz o conhecimento, e que ele de forma quase milagrosa será transmitido e apropriado pela população.

"Essa visão ainda é marcada por um posicionamento assistencialista da universidade. Quando o professor quer ou precisa entrar em contato com a sociedade, geralmente se baseia no modelo europeu de oferta de cursos ou no modelo americano de prestação de serviços", lamentou. Em outras palavras, faltou sempre uma "costura" nos moldes de uma extensão mais interativa e com diálogo, construída em conjunto com a sociedade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ECOSOL é Lei em São Bernardo do Campo

Comentário: A economia solidária dá mais um passo para a afirmação do Direito ao Trabalho Associado e Autogerido. A cidade de São Bernardo do Campo aprovou a Lei que institui a Política Municipal de ECOSOL e dá institucionalidade ao Fórum de ECOSOL.

S. Bernardo estabelecerá política de fomento à economia solidária

Por: Karen Marchetti (karen@abcdmaior.com.br)

Nesta quarta-feira (19/05), na sessão da Câmara de São Bernardo, foi aprovado, por acordo entre as lideranças, o projeto de lei de autoria do prefeito Luiz Marinho (PT), que obriga a administração municipal a instituir a política de fomento à economia solidária.
A proposta da Prefeitura é reconhecer e dar legitimidade e incentivo ao Fórum Municipal de Economia Solidária, que dará origem ao futuro Conselho Municipal de Economia Solidária.
A matéria aprovada nesta quarta-feira também fortalecerá as iniciativas que promovem a economia solidária em São Bernardo. Além de prevê ter diretrizes a promoção da economia solidária e o desenvolvimento de grupos organizados, visando a integração no mercado de trabalho e auto-sustentabilidade.
O diretor de Empreendedorismo, Trabalho e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Turismo, Nilson Tadashi Oda, explicou que a lei aprovada permitirá aprimorar os trabalhos que já existem e criar novas políticas públicas. “Temos projetos de incubadora de cooperativas. Podemos agora disponibilizar áreas públicas para desenvolver economia solidária, entre outras propostas”, acrescentou o diretor.
O secretário de Desenvolvimento Econômico Trabalho e Turismo, Jefferson José da Conceição, acredita que, no máximo, em um mês o projeto de lei será sancionado e publicado no diário oficial do município.
O projeto prevê ter diretrizes a promoção da economia solidária e o desenvolvimento de grupos organizados, visando a integração no mercado de trabalho e auto-sustentabilidade

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A financeirização da economia e o impacto nos trabalhadores - A crise grega

A Economia, fundado na acumulação, na especulação financeira, na desregulamentação dos direitos dos trabalhadores, na destruição do meio ambiente tem mostrado todas as suas conquências na atual crise estrutural. A crise grega é manifestação mais dura dessas consequências. Os trabalhadores que iriam ter que pagar a conta das especulações, nas fraudes contábeis de grandes bancos. Contra isso diversas Greves Gerais e revoltas sacodem a Grécia. O vídeo abaixo é com Stathis Kouvélakis, professor grego de filosofia política no King´s College em Londres, sobre a presente situação na Grécia.

domingo, 16 de maio de 2010

III Feira de Saúde Mental e Economia Solidária – Pelo Direito ao Trabalho, com diversidade e solidariedade



No dia 29 de maio – sábado – às 12hs na Escola de Enfermagem da USP, ocorre a III Feira de Saúde Mental e ECOSOL – Pelo Direito ao Trabalho, com diversidade e solidariedade.

Venha conhecer os produtos e serviços de projetos/ empreendimentos da saúde mental e veja a potencialidade criativa de seus trabalhadores (as).

Passe um sábado divertido e contribua no fortalecimento da cultura antimanicomial e da economia solidária.

Apresentações Culturais:
Discotecagem durante o evento – Serejo
12h30 – Dança Cigana (Cecco Bacuri)
13h – Apresentação Edson Silva, Ritmo e Poesia – RAP (Caps Unifesp)
15h – Oficina de Jogos Cooperativos (ONG Sã Consciência – Copa da Inclusão)
16h – Ska com King Rassan

Projetos/ Empreendimentos que fazem parte da III Feira:

A Ponte, Amigos da Arte, Ana Paula Tapetes, Belzinha na Cozinha e Ana Paula Artesanatos, Botucatu, Projeto Vida e Arte – CAPS ad São Mateus, CAPS Adulto São Mateus, CECCO Ibirapuera, CECCO Mooca, Cobra Criada, Livraria Louca Sabedoria, Das Doida, Empório Mix, Enxovais da Estelita, Lucinha Colares e Severina Xique Xique, Itapevi, NOTT, Núcleo de Projetos Especiais -Sto André, Oficina CECCOUPAGE, Oficina dos Anjos, Oficina dos Sonhos, PROGERE – Osasco, TEAR, Arteviver, Projeto Geração – Santana do Parnaíba, EMBU, CECCO Bacuri, Carinho Feito à mão, Ponto de Encontro, CAPS Itaim, Ala Loucos pela X, Copa da Inclusão, CECCO Parque Raul Seixas, Cordão Bibitantã e Pintando o 7, ONG SÃ Consciência, Dito e Feito, Grupo de Geração de Renda CAPS ad SBC, Suzano, Rede PROSOL, Grupo de Linhas, Associação Anima, O Bar Bibitantã, Bar Saci, Café da Gente, Santo Grão

Dia: 29 de maio (sábado)

Horário: 12h

Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 (Escola de Enfermagem da USP – ao lado do Metrô Clínicas)


Apoios: Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde Mental e ECOSOL – Escola de Enfermagem da USP, Casa do Saci, Conselho Regional de Psicologia – SP, Associação Vida em Ação, AASMER, Associação Franco Basaglia, Fórum Paulista de ECOSOL, Instituto Voz, Design Possível, Projetos Terapêuticos e Copa da Inclusão/ Associação Sã Consciência

Mais informações: saudeecosol@gmail.com

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Movimentos Sociais garantem a etapa paulista da IV Conferência Nacional de Saúde Mental, apesar de Serra...



Abaixo matéria que retrata mais uma ação do Governo Serra contra as conferências e a participação social.


Movimentos garantem etapa paulista de Conferência de Saúde Mental


Fundamental para a formulação de políticas para o setor, a etapa estadual da conferência foi convocada em todo o país, menos em SP. Mesmo assim, o Conselho Estadual de Saúde paulista e entidades se encontrarão em São Bernardo para definir os delegados

Por: Cida de Oliveira, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em 11/05/2010, 16:08
Última atualização em 12/05/2010, 17:34

São Paulo - Apesar do boicote do governo estadual paulista, entidades ligadas à saúde pública promovem, no próximo dia 22, um sábado, em São Bernardo (SP)uma plenária para eleger os 188 delegados paulistas que terão voz nos debates da 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial.


A gestão estadual foi a única unidade da federação a não convocar a etapa estadual da conferência preparatória para a Nacional. Todas as outras 26 unidades da federação têm eventos marcados nesta ou na próxima semana (confira o calendário aqui).

Além de indicar os delegados, o encontro deverá analisar a situação da saúde mental no estado de São Paulo e elaborar propostas. Os representantes serão escolhidos entre os usuários dos serviços de saúde mental, profissionais e gestores.

A reunião foi convocada pelo Pleno do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo, Conselhos Federal e Regional de Psicologia, Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, Frente Parlamentar de Apoio à Luta Antimanicomial e Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo. Outras 25 entidades, que compõem o movimento Pró IV Conferência, apoiam a chamada.

"Pelo estatuto, a Conferência Nacional não será prejudicada nem adiada caso alguma das unidades da federação deixe de realizar sua etapa", diz a psicóloga Fernanda Magano, secretária geral do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo e integrante da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde. "No entanto, não podemos ficar de fora da construção da saúde mental que defendemos", alerta.

Segundo ela, o governo paulista já vinha dando sinais de falta de vontade política para a convocação da etapa estadual. "O secretário chegou a agendar reunião para discutir a questão, mas desmarcou em cima da hora, quando o interlocutor já esperava para ser recebido. Fora outras desculpas que deu, como falta de tempo hábil para a realização", lamenta.

Para o psicólogo Ricardo Barreto, que trabalha no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em Franco da Rocha, o boicote tem outras razões além das político-partidárias. "O governo paulista quer impedir também o debate sobre o atual desmonte e privatização da saúde pública no Estado. E essa discussão não interessa ao candidato (José) Serra", opina. O ex-governador é o nome do PSDB para a sucessão presidencial.

Em Franco da Rocha, o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism), que funciona em uma área de 2,3 mil metros quadrados que já abrigou o antigo Pavilhão de Tuberculosos do Complexo Psiquiátrico do Juquery, é gerido pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Em setembro passado, o governador José Serra conseguiu aprovar a Lei Complementar 1.095, que permite a adoção do contrato de gestão por Organizações Sociais (OS) em hospitais já existentes e estende o modelo para as áreas de cultura e esporte.

Esse tipo de contrato firmado entre o governo e OS permite contratações e compras de equipamentos sem licitação. As organizações recebem 10% do total do orçamento enviado à unidade hospitalar como pagamento pelo gerenciamento, além de todo o valor referente ao custo de manutenção, incluindo funcionários e estrutura física do local. Tudo isso sem o controle social dos conselhos de saúde.

A 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental, programada para Brasília, de 27 e 30 junho, é um fórum onde diversos setores da sociedade debatem o tema, além de questões como álcool e outras drogas. As discussões terão ênfase nos direitos humanos, assistência social, educação, cultura, justiça, trabalho e esportes, entre outros.

Convocada em 29 de abril por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a realização da conferência veio a público antes, em 14 de janeiro, quando o ministro da Saúde José Gomes Temporão homologou a Resolução 433 do Conselho Nacional de Saúde.

Outro lado


Desde o dia 29 de abril a reportagem da Rede Brasil Atual tenta ouvir da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo o motivo pelo qual não convocou a conferência estadual de saúde mental, a exemplo de todos os demais Estados. No primeiro contato, a assessoria de imprensa informou desconhecer o assunto e que, por isso, "tinha dificuldades para localizar alguém na secretaria que pudesse responder”.Nos contatos seguintes, feitos diariamente, sucessivas recusas foram repetidas, sempre solicitando prazo maior. Até às 16h desta terça-feira, nenhuma informação foi prestada.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Catadores de São Paulo fundam Central Estadual de Comercialização Solidária

O convênio entre a Fundação Banco do Brasil e a Fundação Unitrabalho possibilitou a constituição de uma Central de Catadores de Materiais Recicláveis - CATASAMPA no Estado de São Paulo. Sua ampliação e consolidação é um passo importante para o fortalecimento dos catadores na cadeia produtiva da reciclagem.
Veja a matéria sobre a Central no Boletim do MNCR:

Catadores de São Paulo fundam Central Estadual de Comercialização Solidária

Representantes de cooperativas e associações ligadas ao MNCR no Estado de São Paulo se reuniram nos dias 6 e 7 de Maio para fundar a CataSampa, uma cooperativa de segundo grau, com o objetivo de avançar na cadeia produtiva da reciclagem, prestar assistência técnica e educativa as organizações, além de desenvolver estudos e planejamento de viabilidade econômica, logística e industrialização de materiais recicláveis. A Central Cata Sampa é uma rede de economia solidária que pretende atuar em todas a regiões onde o MNCR tem atuação reunindo cooperativas, associações e outras cooperativas de segundo grau em atividade no Estado. Pretende também promover o desenvolvimento social e econômico das organizações e das pessoas envolvidas no processo produtivo, por meio da colaboração recíproca, podendo fixar políticas de investimento de curto, médio e longo prazo, determinar linhas de atuação junto aos fornecedores e distribuidores, implantar sistema único de comercialização e faturamento de produtos e serviços, realizar convênios. Saiba mais

sábado, 8 de maio de 2010

Essa Gente Vai Longe... Documentário sobre a organização social, política e econômica dos catadores

O documentário Essa Gente Vai longe... é parte do processo de organização do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, contando a sua história e a história de um Brasil que durante 500 anos não apareceu nos livros escolares e na história oficial do país.

A organização política, social e econômica dos catadores tem dado passos consistentes e tem sido um dos principais sujeitos na construção de uma Outra Economia, Solidária e Sustentável. Um novo modelo de desenvolvimento, surgido das RUAS e dos resíduos da sociedade de consumo. Os catadores através de suas cooperativas, associações, institutos, redes e centrais de cooperativas tem avançado na cadeia produtiva da reciclagem, conseguido, como no caso da Central de Cooperativas do Distrito Federal, superar os atravessadores, e na Cooperativa Acasia em Araraquara, fazer 100% da coleta seletiva na cidade.

" Catador não precisa de esmola. Não queremos cestas básicas, queremos o reconhecimento de nossa categoria. Companheiros, não parem de lutar, sem luta não a vitória" - Erik Soares