sexta-feira, 29 de julho de 2011

Benedetto Saraceno:"Brasil, mostrou liderança na América Latina e, diria também, no mundo"

“Investir na saúde mental comunitária”

O especialista italiano adverte que na Argentina “há um excesso de camas psiquiátricas”. Destaca os modelos de Brasil e Chile, onde há menos internações e mais atenção ambulatorial. Propõe criar uma rede de atenção comunitária.
Por Pedro Lipcovich – Página/ 12 (Argentina)*
05 de setembro de 2009

“Hoje a OMS diz claramente, manicômios nunca mais”, adverte Benedetto Saraceno, diretor do Departamento de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde. O destacado especialista italiano, em uma breve viagem a Buenos Aires, explicou a Página/ 12 que a “desinstitucionalização é parte do discurso aceito na saúde pública”. Saraceno destacou o exemplo de dois países. Um é o Brasil onde “nos últimos quinze anos caiu a quantidade de camas em manicômios, enquanto aumentava a quantidade de centros de atenção em saúde mental, nos marcos de uma política sustentada por governos de distintos partidos”. O outro é o Chile, onde também, “cairam as internações psiquiátricas, enquanto subia a presença da saúde mental nas salas de atenção clínica”. Em troca, “na Argentina há um excesso de camas psiquiátricas”, assinalou o chefe de saúde mental da OMS. Saraceno destacou a necessidade de que, nas reformas, participem também os pacientes psiquiátricos, “porque eles são os que mais sabem quais são os problemas na atenção”.

- Como esta evoluindo atualmente, no mundo, a enfermidade mental e suas instituições?
Saraceno: Hoje, a idéia de que atenção as enfermidades mentais não podem ter como centro os hospitais psiquiátricos não pertencem a uma minoría inovadora, mas faz parte do pensamento da saúde pública em muitos países; é parte do discurso aceito pela saúde pública. Nesses trinta anos, a OMS nunca teve uma atitude tão clara e objetiva. A partir de seu informe de 2001, a OMS diz claramente: manicômios, nunca mais.

- Qual é o modelo que, em troca, hoje reconhece a OMS?
A saúde mental não se faz com manicômios, mas sim, com forte investimento na saúde mental comunitária e na atenção primária, e colocando em primeiro lugar os direitos cidadãos dos pacientes. Há trinta anos havia “esquizofrênicos argentinos”, ou de qualquer nacionalidade; hoje há argentinos que tem esquizofrenia. Não estou jogando com as palavras, mas sim, referindo-se ao fato de que qualquer pessoa, qualquer que seja o tipo de desabilidades que podem sofrer, é primeiramente um cidadão. Primeiro, tem direitos e, depois, uma desabilidade.

- Como essa troca de paradigmas têm se expresado em diversos países?
Esse discurso, tão aceito, ainda não se implementou em todo o mundo. Há muita heterogeneidade. Não vou me centrar na Europa, onde, desde a década de 1970 e 1980, primeiro na Itália e Espanha, depois na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Portugal e outros países realizaram a desinstitucionalização. Também, países em processo de desenvolvimento avançaram muito, e em alguns casos não se limitaram a modelos de outros países, mas sim, que os constituiram a partir de sua própria realidade. Um caso é o Brasil, que faz quinze ou vinte anos tem uma população manicomial enorme e com um aspecto particularmente dramático, que era a presença de manicômios privados, sem supervisão do Estado.
-
       Manicômios privados? Refere-se a clínicas de internação psiquiátricas, como existe na Argentina?
Clinicas onde o Estado pagava uma cota diária por cada paciente: o Ministério da Saúde do Brasil começou a avaliar a qualidade desses lugares; se não era boa, cortava os recursos. Em todo o caso, a natureza mesma dessas instituições as levava a defender o sistema manicomial. Dentro do sistema público, é mais fácil mobilizar recursos, que podem ser transformados, desde a cama psiquiátrica para a comunidade. O dono do hospital (clínica) privado de internação nunca convén que os recursos sejam direcionados a comunidade, porque seu interesse é manter um alto número de pacientes para garantir seu interesse econômico.

- Como foi a reforma da saúde mental no Brasil?
Brasil em mais de quinze anos, baixou de forma impresionante a quantidade de camas em manicômios. Ao mesmo tempo, a quantidade de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) subiu desde a década de 80 a mais de mil: a diminuição da população manicomial foi correlativa com o aumento dos recursos de saúde mental comunitária financiada pelo setor público. Brasil nisso mostrou liderança na América Latina e, diría também, no mundo.

- O que mais configurou o modelo brasileiro?
Uma característica específica do Brasil é o envolvimento dos usuários dos serviços. Tenho visto reuniões organizadas pelo Ministério da Saúde, em Brasília, com presença de centenas de usuários que chegavam em ônibus financiados pelo Estado. Os usuários não só participam das discussões, mas também, nas votações: era uma democratização do processo de reforma. Nessa reunião já faz varios anos, quando o partido que governava era outro: a luta antimanicomial no Brasil se sustenta com distintos governos, mais conservadores ou mais progresistas. Isso é um fator muito importante.

- Que outros país oferecem essas experiências?
Chile, onde houve uma notável diminuição de camas psiquiátrica, com grande fortalecimento da rede comunitária. Uma característica própria desse país tem sido o grande investimento e o desenvolvimento da atenção primária da saúde em geral. Um dos aspectos é que os profissionais que fazem atenção primária estão muito treinados e formados para trabalhar com os problemas da saúde mental. Outra característica importante é a coerência institucional. Na Argentina, chamo a atenção a uma forte fragmentação na saúde: estão a Nação, as provincías, os municipios, os gremios, as organizações. Isso poderia implicar uma maior vivacidade social, assim o consenso deve buscar-se entre esses muitos atores, incluindo outros. No Chile, em comparação, o Ministério da Saúde nacional toma decisões, define reformas e as financia.

- O que mais chama atenção sobre a saúde mental na Argentina?
Meu grau de conhecimento sobre a Argentina é modesto, em compensação, tenho trajetória de trabalho no Chile e no Brasil, desde a OMS e a OPS. Posso dizer, sim, que na Argentina há um excesso de camas psiquiátricas e uma necessidade de investimento de mais recursos humanos na saúde mental comunitária, como agregar camas em hospitais gerais para internação de episódios agudos. Também percebi que o nó mais complicado é a área metropolitana. No entanto, há experiências em províncias argentinas que conseguiram reconhecimento internacional. A lei de desinstitucionalização de Rio Negro é uma normativa de referência, citada em diversos documentos. É certo que esse processo é mais difícil nos grandes conglomerados urbanos.

- Como é, concretamente, a rede de atenção comunitária que recomenda a OMS?
É algo mais complexo que ter uma sala de saúde mental ambulatorial na comunidade. Tão pouco é só um conjunto de casas, moradias, lugares protegidos, cooperativas de pessoas com desabilidades. Também, é mais que a relação de trabalho com os serviços de atenção primária que atuam na área, porém tão pouco, se resume a isso. Não podemos reduzir a questão de engenharia institucional: centros, casas, camas… A vida de uma pessoa não se reduz a ter uma casa e uma cama; tão pouco a pessoa com desabilidade mental. A saúde mental comunitária é um mundo de relações pelas quais as pessoas em vulnerabilidade conseguem oportunidades de aumentar seu intercâmbio afetivo e material com o entorno social.

- Por exemplo?
Alguém pode acreditar que a psiquiatría comunitária fecha um hospital psiquiátrico de 500 camas e as distribui em dez lugares de 50, porém isso não é mais que repartir a lógica e a cultura do manicômio. Em troca, pensamos em cada uma dessas 50 pessoas: não obstante, três delas não necessitem muita assistência e podem ir a um departamento, com uma trabalhadora social que os visite uma vez por semana; outros oito necessitam atenção mais intensa, na casa haverá um enfermeiro e um médico passará uma vez por dia; outros podem voltar a sua casa, a familia aceita, porém, mantemos visitas domiciliares para que os familiares se sintam respaldados; outros vão a consultórios para fazer psicoterapia ou receber medicação; outros participam em uma cooperativa que vende sua produção ao mercado. Trata-se de reconhecer as diferenças, as individualidades. O manicômio é a negação das individualidades. Trata-se de que a comunidade enriqueça na interação com esse público vulnerável.

- Como é esse enriquecimento da comunidade?
A reabilitação não consiste em ensinar-lhes aos enfermos mentais como ser normais. A reabilitação não é ensinar um grupo como parecer-se a outro grupo, mas sim, um processo em que os grupos aprendam que existe regras distintas. Um pessoa pode pensar que é uma desabilidade alguém não conheçer as regras para sentar-se a mesa educadamente: reabilitar é inventar uma mesa onde aceitasse as regras distintas. Os que pertencem ao grupo vulnerável se enriquece quando começam a pensar que essa criança com retardo mental é muito doce e com isso contribui com a escola; que esse louco que nos dava medo é na verdade uma pessoa simpática, com a qual podemos nos vincular. Essa interação com a diversidade enriquece a todos.

- Qual é o principal resultado da participação de usuários de saúde mental?
Bom. Qual é a contribuição dos usuários de automóveis? Dizer quando o carro não funciona bem. Não é certo que os profissionais da saúde mental saibamos sempre o que necesita as pessoas. É melhor que a mensagem não seja: “Tu és um paciente e deves producir síntomas, delírios, alucinações e mostra-las; e ainda precisa ficar calado, eu te darei a resposta”. Se entramos em outra relação, onde essa pessoa seguirá produzindo síntomas porém também outras coisas, então eu também poderei entender mais: seu contexto familiar, seus medos, que é o que pode tolerar, que coisas pode propor e que coisas não. Faz uns dias, em uma mesa de trabalho no Chile, participou uma senhora mapuche que tinha certo grau de retardo mental; em sua intervenção falou muito devagar, notava-se que tinha dificuldades. Porém depois pediu a palabra a segunda vez: “…. além disso, quero agregar que o psiquiatra de meu centro de saúde teria que escutar-me mais: ele não me escuta”, disse.

  • Tradução: Leonardo Pinho

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CARTA DA 7ª FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DO MERCOSUL E 18ª FEICOOP FEIRA ESTADUAL DO COOPERATIVISMO



Em 2011, no período de 08 a 10 de julho, a cidade de Santa Maria, RS - Brasil, acolheu 151mil pessoas, para a 7ª Edição da Feira do Mercosul e 18ª Feira Estadual do Cooperativismo Alternativo em  sintonia com as outras 100 Feiras Estaduais, Regionais e Internacionais que aconteceram no Brasil. Vindos de 435 municípios, de 27 Estados do Brasil e de 15 países (da América Latina, Europa e África), Empreendimentos Solidários, Movimentos Populares, 220 Entidades e Organizações da Sociedade Civil e órgãos governamentais, compartilharam deste espaço aprendente e ensinante.

Foram realizadas dezenas de oficinas, seminários, reuniões de redes, entidades e movimentos sociais; acampamento da juventude, caminhada pela paz, lançamento de vídeos, filmes, livros, apresentações culturais, atividades pautadas pela busca dos direitos humanos e da justiça social. Através da riqueza da diversidade a programação sinalizou propostas que convergem para um novo modelo de sociedade justa e igualitária.

Aprendemos com a força do mutirão construído por mais de 60 Comissões Locais, Comissões e Equipes de Trabalho organizadas nos diferentes Estados e Países que trabalharam na organização e realização desta Feira. Da mesma maneira foi decisivo o empenho dos Empreendimentos, das Entidades de apoio, dos Gestores Públicos nos diferentes Municípios, Estados e Países para o sucesso da mesma.





Aprendemos ao longo do processo de preparação e realização da Feira que as experiências gestadas em nível local são sementeiras de um Projeto de Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial que já está em construção. Isso pode ser identificado na medida em que após 18 anos de Feira Estadual do Cooperativismo Alternativo e 7 anos de Feira de Economia Solidária do Mercosul registramos o avanço, não somente pelos dados numéricos, mas no seu fortalecimento em nível de  articulação, debate, troca de idéias, experiências de  comercialização direta de  empreendimentos da Economia Solidária, da Agricultura Familiar, das Agroindústrias Familiares, dos Catadores(as), dos Povos Indígenas e Quilombolas, da Juventude, do movimento de mulheres, dos trabalhadores(as) do Campo e da Cidade.

Aprendemos com este espaço irradiador de outro modelo de desenvolvimento, através da capacidade de articulação Nacional e Internacional – entre a Diocese Centenária Santa Maria, Banco da Esperança, Projeto Esperança/Cooesperança de Santa Maria, Instituto Marista de Solidariedade (IMS), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), os Fóruns Regionais da Economia Solidária, Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), Secretaria da Economia Solidária e Apoio a Micro e Pequena Empresa, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, a Congregação Filhas do Amor Divino, Cáritas Brasileira e Cáritas/RS e as demais organizações de apoio e patrocinadoras, tornou-se uma frutífera parceria geradora de Outra Economia que anuncia que um “Outro Mundo é  Possível e é pra já”.

Neste ano de 2011, resgatamos especialmente, a história e princípios que orientam a educação popular na América Latina. A partir das experiências partilhadas verificamos que são muitos os aprendizados quanto à interiorização da economia solidária, ao trabalho autogestionário, à construção de saberes, à articulação em redes, à mudança da relação entre as pessoas e com o meio ambiente no âmbito das finanças solidárias, produção, comercialização e consumo ético e solidário. Percebemos igualmente que ainda temos desafios os quais podem ser visualizados a partir da necessidade de qualificar os processos formativos em todos os eixos da economia solidária; os processos de registro e sistematização que servem de orientação e inspiração para outras experiências, popularizando os termos técnicos utilizados na economia solidária.

Clama forte a voz dos empreendimentos solidários por justiça econômica e política que apresentam a economia solidária cada vez com mais ênfase e força, como uma estratégia de resistência popular na construção de uma nova identidade social em constante dialogo com os demais movimentos sociais urbanos e rurais, seja com maior e melhor estruturação para os espaços de produção, como agroindústrias, seja na estruturação dos pontos fixos de comercialização, lojas, feiras, e-comerce e centrais de produção e comercialização; seja na real construção de políticas públicas estruturantes e que respeitem o acumulo, a experiência e a sabedoria do próprio movimento e sejam promotoras de justiça e desenvolvimento social.

Para consolidar esta proposta, afirmamos as seguintes ações e agendas:

- Fortalecimento da luta para consolidação da Economia Solidária como política pública (Lei da Economia Solidária - Brasil);
- Integração das redes nacionais e internacionais;
- Consolidação da Feira de Santa Maria como espaço de articulação política da economia solidária;

- 2011:
* Setembro: Encontro Internacional de Economia Solidária -Uruguai;
* Outubro: Fórum Internacional de Economia Social e Solidária (FIESS) - Montreal/Canadá;
* Outubro: Seminário PROCOOP Acadêmico – Santiago do Chile/Chile;
* Novembro: Encontro Inter-redes – Paraguai;
* Novembro: Cúpula Social do Mercosul – Uruguai.

- 2012:
* Janeiro: Feira Atlântida – Uruguai;
* Junho: Conferência Internacional da ONU - Rio + 20 e V Encontro da Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária da América Latina e Caribe (RIPESS-LAC), Rio de Janeiro/RJ - Brasil;
* Julho: 8ª. Feira Ecosol e 19ª Feira Estadual do Cooperativismo (FEICOOP), Santa Maria/RS – Brasil.

- 2013:
* Janeiro: Fórum Social Mundial Centralizado;
* Julho: II Fórum Social Mundial de Economia Solidária , Santa Maria/RS – Brasil;
* Novembro: Encontro Continental da Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária (RIPESS).


Nós que estivemos em Santa Maria, mulheres, homens, crianças, adolescentes, jovens e idosos, vindos de todos os cantos do Brasil e de diversos países da América Latina, África e Europa, brancos, negros, amarelos, do campo e da cidade, nos afirmamos e nos auto-declaramos como militantes da economia solidária. Santa Maria se constitui como a capital internacional da Economia Solidária com suas varias abordagens, conceitos e muita convergência, aqui se respira, se fala, se demonstra com coerência e muito cuidado  que a  economia solidaria é muito mais do que se vê e do que se vende. Aqui se respira e se pratica a radicalidade do cuidado com o ser humano e com o planeta, onde as relações de produção e comercialização são expressões de uma proposta sócio-política e econômica que re-signifcam as relações humanas e societárias e que exigem posturas  e políticas éticas e  comprometidas com a vida.
  

“Muita gente pequena,
em muitos lugares pequenos,
fazendo coisas pequenas,
mudarão a face da terra”.

(Provérbio Africano)

domingo, 10 de julho de 2011

Quilombolas debatem situação de suas comunidades, Feira Latinoamericana de ECOSOL - Santa Maria/RS


Dezenas de quilombolas de várias regiões do Brasil participam da 7ª Feira de Economia Solidária do Mercosul e a 18ª Feira Estadual do Cooperativismo (Feicoop), em Santa Maria. Desde ontem, eles realizam o “Seminário Nacional de Empreendedorismo da Rede Selo Quilombola do Brasil”, no Lonão África, ao lado do Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter.

Os quilombolas discutem o tema "Etnodesenvolvimento e Economia Solidária e o Processo de Fortalecimento das Cadeias Produtivas em Comunidades Quilombolas do Brasil". O debate é promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igual Racial (Sepir), do Governo Federal.

A secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais do Governo Federal, Ivonete Carvalho, participa do seminário. Ivonete está coordenado as palestras e discussões.

- Não tem como desenvolver as comunidades quilombolas se elas não tiverem água e nem luz - apontou Ivonete.

Em determinado momento, um dos participantes cobrou a dívida histórica que a Igreja Católica possui com o povo negro. Os eventos de economia solidária que ocorrem em Santa Maria são promovidos pelo Projeto Esperança/Cooesperança, ligado a Arquidiocese de Santa Maria. A secretária, por sua vez, disse que é ciente desta dívida, mas que é preciso haver debate.

- Estamos aqui porque acreditamos nesta feira e neste debate. Estamos abertos para discussão com qualquer religião. Temos que fazer um debate com a sociedade - explicou.

Ao final do encontro nesta manhã, os participantes cantaram uma triste e pequena canção que traduz o sofrimento do povo negro brasileiro: "Terra pra plantar, café pra colher, o negro trabalha para sobreviver". O seminário quilombola segue até amanhã.

A 7ª Feira de Economia Solidária do Mercosul e a 18ª Feicoop iniciaram ontem em Santa Maria. Também ocorre em paralelo a 11ª Mostra da Biodiversidade; 7º Seminário Latino Americano de Economia Solidária e Feira de Agricultura Familiar e 7º Levante da Juventude. O encerramento será amanhã à tarde.


Maiquel Rosauro, Jornalista (MTb/RS 13334)
Assessor de imprensa da 18ª Feicoop e 
7ª Feira do Cooperativismo do Mercosul
55 - 96811384
http://www.twitter.com/maiquelrosauro

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Economia Feminista em discussão em Santa Maria

A quinta-feira iniciou com muita discussão no Centro Mariano, em Santa Maria. Cerca de 50 pessoas participam do “Seminário Nacional de Economia Solidária e Economia Feminista”. O evento faz parte da programação do 7ª Feira de Economia Solidária do Mercosul e 18ª Feira Estadual do Cooperativismo (Feicoop), que iniciam oficialmente amanhã e seguem até domingo no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter.
O seminário que discute a Economia Feminista é organizado pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Guayí, Brasil Local e SENAES/MTE. A Guayí possui 31 agentes em nove estados brasileiros. A coordenadora da Guayí, Helena Bonumá, explica que o objetivo da entidade é conquistar uma economia mais igualitária entre homens e mulheres, além da inclusão da solidariedade nas relações e nas estruturas econômicas.
- Neste seminário, estamos realizando uma avaliação do projeto e a continuidade de alguns trabalhos. Também estamos avaliando propostas para políticas públicas de economia solidária - afirmou Helena.
O seminário no Centro Mariano será concluído amanhã.
A partir desta sexta, as atenções passam a se concentrar no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. Além da 7ª Feira de Economia Solidária e 18ª Feicoop, será realizado no local a 10ª Feira Nacional da Economia Solidária; 11ª Mostra da Biodiversidade e Feira de Agricultura Familiar; 7º Seminário Latino Americano de Economia Solidária; 7ª Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz e 7º Levante da Juventude. Os eventos são organizados pelo Projeto Esperança/Cooesperança.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Plano Nacional de Educação é instrumento de avanço na Educação


Folha de S.Paulo - Seção: Tedências - 06/07/2011

O Congresso tem o dever de votar o melhor Plano Nacional de Educação já feito, para que o Brasil chegue ao posto de quinta potência do mundo
Vivemos um tempo de conjuntura econômica e social favorável ao enfrentamento dos problemas educacionais no Brasil, que podem ser sintetizados em ampliação de oportunidades e melhoria da qualidade.
Nesse contexto de condições únicas e dificuldades bem conhecidas, a sociedade se depara com a proposta do Plano Nacional de Educação (PNE) para este decênio, apresentada pelo governo ao Parlamento. Trata-se de uma boa proposta, que tem metas e estratégias ousadas e factíveis, mas que deve e será aperfeiçoada pelo Congresso.
Com esse propósito, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados vem realizando em Brasília audiências públicas e seminários conjuntos com as Assembleias Legislativas dos Estados para debater e colher contribuições. Com isso, o PNE recebeu quase 3.000 emendas, demonstração clara da mobilização da sociedade.
Todavia, em recente artigo publicado nesta seção, sob o título "PNE é lista de Papai Noel" (16/6), Claudio de Moura Castro, J. B. Araujo e Oliveira e Simon Schwartzman apresentaram uma leitura um tanto simplista acerca do PNE.
Os eminentes autores criticaram o processo democrático de elaboração do PNE, como se a participação da sociedade fosse algo menor na construção de um plano de metas e estratégias que deve envolver os três níveis federativos.
Além disso, os autores centram suas sugestões exclusivamente em matéria de gestão educacional.
É sabido que esse enfoque, determinante das reformas educacionais dos anos 1990, fracassou especialmente porque lhe faltava priorizar a ampliação das condições de financiamento da educação e de valorização do magistério.
As maiores economias do mundo já ensinaram que o desafio de expandir a educação com qualidade só produz bons resultados quando se combinam recursos adequados, salários atrativos e gestão eficiente.
Na contramão, nossa educação foi prejudicada ao perder muitos recursos a partir de 1994 com a desvinculação de recursos da União, e também pelo veto presidencial, em 2000, ao dispositivo do PNE anterior que, como aprovado no Congresso, determinava a aplicação de 7% do PIB em 2010.
Agora, muitas vozes propugnam pela elevação dos atuais 5% para 10% do PIB no decênio, para, entre outras metas, viabilizar a que trata da valorização profissional.
Nunca é demais reafirmar que o professor é o personagem central do processo educacional. Não se fará mais nem melhor se não for entendido que o docente necessita ser estimulado, dignamente remunerado e continuamente capacitado.
Em um ponto os autores estão certos: o MEC não tem instrumentos para convencer governadores e prefeitos a "gastarem o prescrito na área". Para tanto, precisamos votar simultaneamente o projeto de lei nº 8.039, que cria a lei de responsabilidade educacional.
Ela, acompanhada da indispensável reforma tributária, permitirá que Estados e municípios tenham condições de agir mais efetivamente. Até porque toda a educação básica está nas mãos dos Estados e dos municípios.
O Congresso tem o dever de votar o melhor PNE da nossa história, para que possamos, dessa forma, elevar o Brasil ao posto de quinta potência mundial.

GASTÃO VIEIRA, advogado, é deputado federal (PMDB/MA) e presidente da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação - PNE.

ÂNGELO VANHONI, bancário, é deputado federal (PT/ PR) e relator do projeto de lei do PNE.

NEWTON LIMA, doutor em engenharia, ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos e ex-prefeito de São Carlos, é deputado federal (PT/SP) e membro da Comissão Especial do PNE.

3. Parada LGBT de São Carlos, Newton dia Não a Homofobia!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Jornal UNISOL - Maio de 2011 - Pelo Fortalecimento da Economia Solidária



Jornal UNISOL - Maio de 2011 - Pelo Fortalecimento da Economia Solidária (clique aqui)

Nessa edição:

·         Com a presença de cerca de 100 pessoas e do Conselho Geral ampliado, UNISOL realiza encontro no Distrito Federal

·         Equipe da UNISOL Brasil vai à Holanda

·         Dirigente da UNISOL prestigia Join For Change

·         UNISOL faz primeira missão em Cabo Verde

·         Instituições têm até 22 de julho para participarem do Prêmio Fundação Banco do Brasil

·         Coomapi investe na compra de colméia e cera

·         Municípios de Roraima aderem à piscicultura

·         Cooperativa faz parceria com unidade de ensino para atuarem em projeto d reciclagem

·         Planejamento reúne articuladores da região Sudeste do Brasil Local